Nesta quinta-feira, em todo o país, serão realizadas manifestações, convocadas pela Frente Povo Sem Medo, para denunciar o golpe institucional em curso, defender a democracia e protestar contra o ajuste fiscal e a retirada de direitos. O PSOL integrará a jornada de lutas, ao lado de várias outras organizações, como o MTST e a Intersindical
Trabalhadores do setor privado, servidores públicos, organizações sociais, militantes por direitos humanos, entidades sindicais e ativistas de diversas pautas históricas do campo da esquerda irão às ruas nesta quinta-feira (31), em várias cidades do país, com o objetivo de denunciar o avanço da ofensiva conservadora e o golpe institucional em curso, defender a democracia e barrar o ajuste fiscal e a política do governo que ameaça direitos sociais e trabalhistas. Convocadas pela Frente Povo Sem Medo, da qual o PSOL faz parte ao lado de outras organizações, como o MTST e a Intersindical – Central da Classe Trabalhadora, e pela Frente Brasil Popular, as manifestações dessa jornada nacional de luta pretendem reunir o maior número possível de pessoas para apontar que a superação das crises econômica e política deve se pela esquerda.
O PSOL, que participa da construção dos atos desta quinta-feira, reafirma a sua atuação como oposição de esquerda ao governo Dilma Rousseff, e, ao mesmo tempo, entende que as alternativas apresentadas pela direita colocarão ainda mais em risco as condições de vida da classe trabalhadora e dos setores mais empobrecidos da sociedade. “Reafirmamos que a crise política é turbinada pela crise econômica e, por isso, seguimos sendo oposição programática e de esquerda ao governo Dilma. Continuaremos combatendo suas políticas regressivas e questionando as concessões feitas ao grande capital. Diante da atual crise, do ajuste fiscal e da retirada de direitos, é inegável que este governo está afastado dos reais anseios da maioria da população”, afirma a direção do partido, em nota divulgada no último dia 22 de março.
No mesmo documento, o PSOL denuncia também a ofensiva conservadora, capitaneada pelo PSDB de Aécio Neves e Fernando Henrique Cardoso, e pelo PMDB de Eduardo Cunha e Michel Temer. “Seguindo a deliberação de seu 5º Congresso, nosso partido não considera correto o processo de impeachment movido contra a presidenta Dilma. O impeachment, instrumento que só pode ser usado com crime de responsabilidade comprovado, se tornou uma saída golpista para negar o resultado das urnas, com o propósito de retirar a presidenta Dilma do poder, buscando um ‘acordão’ para salvar outros citados nas investigações da Lava Jato. A troca de governo acelerará os ajustes pretendidos pelos poderosos, retirando direitos dos trabalhadores e atingindo nossa soberania”.
Em relação às manifestações do dia 31 de março, o partido convoca sua militância a participar, demarcando suas bandeiras contra a ofensiva reacionária da direita, o golpismo institucional e o ajuste fiscal do governo Dilma. “Nos atos, devemos nos apresentar com as propostas do partido, ajudando a garantir o caráter unitário dos mesmos, bem como o perfil crítico ao governo aprovado na Frente Povo Sem Medo, sem que isso signifique qualquer constrangimento na relação com outros setores”, afirma a Executiva Nacional.
O presidente nacional Luiz Araújo ressalta o chamado para que a militância engrosse os protestos e reafirma o caráter que deve ser demarcado. “A militância do PSOL irá às ruas amanhã. Não é pela Dilma, cujo governo não fez nada defensável, mas pela democracia ameaçada pelo golpe institucional em curso e contra o retrocesso em nossos direitos que o golpe irá acelerar. Iremos também pra combater o ajuste fiscal, já que não aceitamos pagar a conta da crise”.
Juliano Medeiros, presidente da Fundação Lauro Campos, afirma que o PSOL está nas ruas, junto com a Frente Povo Sem Medo, para organizar a resistência popular contra o autoritarismo da direita, por mais direitos e por uma saída à esquerda para a crise. Ele também convoca a militância do partido a ir para as ruas nesta quinta-feira, ao lado de várias outras organizações sociais e políticas do campo da esquerda.
O coordenador nacional do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), Guilherme Boulos, uma das principais lideranças da luta em defesa da democracia e contra o ajuste fiscal, também reafirma o caráter dos atos desta quinta-feira, reforçando o entendimento de que a saída da crise deve ser pela esquerda. “Quem está na rua contra o golpe não é empresário nem banqueiro. O povo que está na rua contra o golpe não quer ajuste e nem reforma da previdência, quer que o andar de cima pague a contra crise”.
Brasília e outras capitais
O ato de maior peso será em Brasília, com concentração às 14h no Estádio Mané Garrincha. Por volta das 18h, os manifestantes sairão em marcha até o gramado do Congresso Nacional, onde às 19h haverá um ato político e cultural. Ônibus de vários estados virão à capital federal, com militantes dos movimentos sindical, estudantil, LGBTs, de luta por moradia, mulheres, negros e negras, transporte público e de tantas outras pautas históricas da esquerda. O PSOL integrará as caravanas.
Além de Brasília, em várias outras capitais o povo também sairá às ruas nessa jornada nacional de lutas em defesa da democracia. Em São Paulo, Rio de Janeiro, Manaus, Fortaleza, Vitória, Belo Horizonte, Belém, Curitiba, Recife e várias outras cidades a Frente Povo Sem Medo realizará diversos tipos de mobilização. “A democracia é cara, valiosa e inegociável. Vamos às ruas para defendê-la em todos os âmbitos, por isso rechaçamos também a sanção da lei antiterrorismo, proposta pelo governo Dilma. Não aceitamos também o ajuste fiscal e a proposta da reforma da previdência, que fere os direitos dos trabalhadores/as. Queremos mais direitos e outra política econômica, para que possamos retomar os avanços e dar cada vez mais chances do povo brasileiro sonhar e ter esperança”, afirma a convocatória do dia 31 de março.
Confira a programação em cada local: https://www.facebook.com/events/1765127953718082/.
Da redação do PSOL Nacional