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Com violência, PM de Alckmin retira mais de 700 famílias de ocupação na zona leste de São Paulo

A manhã desta terça-feira (17/01) teve início com muita tristeza para as mais de 700 famílias da Ocupação Colonial, localizada no bairro de São Mateus, na zona leste de São Paulo. A tropa de choque da Polícia Militar do governo de Geraldo Alckmin sem negociar com as lideranças do movimento iniciou, antes das 9h, a destruição das casas, algumas de alvenaria e outras madeiras. Um pedido do Ministério Público de SP ao juiz que cuida do caso ponderou a inexistência de cadastro das famílias e pediu mais tempo para que se organizem. No entanto, os agentes ignorou a solicitação, se recusando a negociar. Para dispersar as famílias, a tropa de choque utilizou gás de pimenta e bombas de gás lacrimogêneo.

O líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, foi preso durante a operação e levado para a 49ª DP de São Mateus, onde prestou depoimento. Ele foi liberado pela PM paulista apenas na noite desta terça-feira, por volta das 19h30.

Em nota, o MTST considerou a prisão um verdadeiro absurdo, uma vez que o líder estava o tempo todo procurando uma mediação para o conflito. “Não aceitaremos calados que, além do massacre ao povo da ocupação Colonial, jogando-o nas ruas, queiram prender quem tentou o tempo todo e de forma pacífica ajudá-lo”, disse a nota.

Leia mais: Nota do PSOL São Paulo em solidariedade a Guilherme Boulos

Segundo o advogado do dirigente do MTST, Felipe Vono, não houve qualquer desobediência por parte de Guilherme Boulos.

Jorge Ferreira/Mídia Ninja

“A gente não tem pra onde ir e eles não tão ligando pra isso, minha filha tá na casa do pai dela agora, mas a gente não tem pra onde ir”, contou Emily, moradora da ocupação, à Mídia Ninja. Emocionada e nervosa, el\ viu a destruição do seu lar e agora está sem moradia e com uma filha pequena.

A ocupação, chamada comunidade Colonial, está localizada no bairro São Mateus, na zona leste da cidade, na Rua André de Almeida. As famílias vivem no local há um ano e meio. Neto Brasil, integrante da coordenação do MTST, disse que o terreno, antes da ocupação pelas famílias, era usado para crimes e desova de corpos.

Maria Sônia Rodrigues da Silva, de 61 anos, vivia com as duas filhas na comunidade. “Aqui só tem criança, cadeirantes, pessoas idosas, adolescentes. A gente não quer nada de graça não, a gente quer comprar [o terreno]”, disse ela. A idosa e as filhas estavam no local há um ano e meio. “Eu não tenho onde morar, nem elas. Essa terra estava abandonada há 40 anos”, completou.

Jorge Ferreira/Mídia Ninja

Leia na íntegra a nota do MTST:

Nota do MTST sobre o Despejo de 700 famílias da ocupação colonial e a injusta prisão de Guilherme Boulos

No despertar da manhã de hoje, centenas de policiais do batalhão de choque da polícia militar de São Paulo cercaram o terreno onde mais de 700 famílias estão ocupadas a mais de um ano no Jd. Colonial, zona leste de São Paulo.

Cerca de 3 mil pessoas: homens, mulheres, crianças, idosos, deficientes que foram jogados na rua por uma decisão judicial que considerou apenas os interesses do proprietário de um latifúndio urbano que só servira antes das pessoas morarem ali para especulação imobiliária..

A todo o momento, o MTST procurou alternativas para evitar o despejo, evitando assim um massacre de pessoas pobres que nada mais estavam que lutando pelo direito constitucional da moradia.
Infelizmente, nossos esforços foram em vão e a PM de Alckmin levou a frente uma ação desumana contra as famílias da ocupação Colonial.

Sem respostas favoráveis do poder público e do judiciário, os moradores se viram sem alternativas e partiram para a resistência a ordem de despejo.

Mesmo a ocupação Colonial não sendo uma ocupação do MTST, o companheiro Guilherme Boulos, membro da coordenação nacional do MTST, acompanhou o processo desde o início a convite dos representantes da ocupação Colonial, na tentativa de encontrar um desfecho favorável para as famílias da ocupação.

No entanto, a PM de Alckmin, de forma autoritária, resolver prender o companheiro Guilherme Boulos sob a acusação de desobediência civil e por participar e organizar manifestações contra as medidas de retirada de direitos do governo ilegítimo de Michel Temer.

A prisão do Guilherme Boulos, assim como o despejo das famílias da ocupação Colonial são uma demonstração do modus operandi político criminalizatório em voga contra os movimentos sociais, contra os pobres, contra os direitos sociais e os serviços públicos.

Um verdadeiro absurdo, uma vez que Guilherme Boulos esteve o tempo todo procurando uma mediação para o conflito.
Neste momento, o companheiro Guilherme continua detido no 49ª DP de São Mateus.

Não aceitaremos calados que além de massacrarem o povo da ocupação Colonial, jogando-os nas ruas, ainda queiram prender aqueles que tentaram ajuda-los.

Continuaremos acompanhando as famílias e lutando contra esse despejo injusto.

Movimento dos Trabalhadores Sem Teto – MTST

Com informações da Mídia Ninja e da Agência Brasil

 

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