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Ética em tempos de Lava-Jato

*Matéria veiculada no jornal Valor Econômico em 15/01/16

Era dezembro de 2015 e, pela sétima vez, o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados tentava votar a “autorização” para iniciar o processo de perda de mandato por quebra de decoro contra o presidente da instituição, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Nem se tratava da abertura da cassação em si, mas da chamada admissibilidade para avaliar se caberá aos pares julgar o presidente da Câmara por ter descumprido normas de conduta. Horas depois e também após dois parlamentares se estapearem, literalmente, o conselho vira a página do tumulto – algo recorrente – e começa a analisar o segundo item da pauta, o caso do deputado Chico Alencar (PSOL-RJ). O político se levanta em ritmo suave, destoando dos hábitos tensos, já contumazes no ambiente. Pede autorização ao presidente do colegiado, José Carlos Araújo (PSD-BA), para sentar-se à frente dos colegas. Quer encará-los. “É porque eu gosto de olhar nos olhos, como Michel Temer e Dilma: ‘Olhos nos olhos, quero ver o que você faz ao sentir que sem você eu passo bem demais’.”

Chico Buarque, brinca o político fluminense xará do cantor, o havia autorizado a apropriar-se de suas canções para retratar o momento político. Há silêncio. O chamado “plenarinho” do Conselho de Ética vai se esvaziando. Quase todos os deputados aliados de Eduardo Cunha deixam o local. A representação contra Chico Alencar por quebra de decoro, de autoria do Partido Solidariedade e de seu presidente, o deputado federal Paulinho da Força (SP), foi analisada e arquivada em aproximadamente 30 minutos.

No caso de Cunha, foram três meses apenas para tentar votar a admissibilidade. Paulinho da Força, o algoz de Alencar, também membro do conselho, não teve nem sequer a preocupação de acompanhar a votação do caso que ele próprio pediu que fosse analisado pelo colegiado. A votação, ligeiríssima, também foi unânime: 16 votos pelo arquivamento.

Leia a matéria completa no site do deputado Chico Alencar clicando aqui.

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