fbpx

Paquistão: deputado é preso ilegalmente por forças militares

Recebemos nesta terça (28) a informação que o Membro da Assembleia Nacional do Paquistão eleito pela região NA50 em Wana, Waziristão do Sul, nas eleições de julho do ano passado, foi preso pelo Exército durante um protesto ocorrido no domingo (26), e até o momento não há notícias oficiais de seu paradeiro.

Também soubemos que esta prisão arbitrária ocorreu quando militares abriram fogo contra os manifestantes desarmados. A versão do exército é que os manifestantes atacaram um posto de controle e segurança no distrito de Waziristão do Norte. Segundo a rede Aljazeera e BBC do Paquistão pelo menos 3 manifestantes foram mortos e dezenas foram feridos, alguns gravemente.

De acordo com alguns ativistas do PTM (sigla em inglês do Movimento de Defesa Pashtun), após a prisão ele foi brutalmente torturado e suas pernas foram fraturadas. Também estavam negando a ele remédios necessários para pressão alta, diabetes e disfunções renais. Os meios de comunicação informam que Wazir foi apresentado a um Tribunal Anti-Terrorista (ATC) em Bannu e depois transferido para Peshawar, mas isso não foi confirmado.

Ali Wazir foi eleito Membro da Assembleia Nacional pelo Warizistão do Sul por uma lista independente apoiada pela Frente de Esquerda de Lahore. É uma das principais lideranças do PTM importante movimento da etnia Pashtun localizada na região de fronteira com o Afeganistão, devastada na “guerra contra o terror” travada entre o exército do Paquistão, os EUA contra a AlKaeda e os talibãs que nasceram naquela região. Sabemos da história de luta e sacrifício de Ali Wazir. Nesta luta perdeu 13 membros da sua família assassinados pelos talibãs, inclusive seu pai e irmãos.

Desde o ano passado, o PTM vem exigindo a responsabilização por abusos de direitos  cometidos por militares do Paquistão em seus anos de guerra contra o Taleban nos distritos tribais do noroeste. Os manifestantes exigiam que os distritos tribais fossem limpos de minas terrestres e de material não detonado; que centenas de “desaparecidos” que foram vítimas de desaparecimentos forçados sejam apresentados e formalmente acusados em tribunal; e o fim da suposta prática de execuções extrajudiciais por parte dos militares e da polícia.

Segundo a Aljazeera, os manifestantes que estavam tentando cruzar as barreiras do posto de controle da fronteira com o Afeganistão estavam desarmados e é uma encenação acusar Ali e seus companheiros de estarem armados. Anistia Internacional e a Comissão de Direitos Humanos do Paquistão pediram na segunda-feira, 27/05 investigações independentes sobre a violência.

Nos somamos a exigência que os direitos democráticos e humanos sejam respeitados no Paquistão. Desde já, exigimos:

– O Estado deve informar imediatamente o paradeiro de Mohsin Dawar e garantir sua segurança.

– A libertação imediata e incondicional de Ali Wazir.

– A retirada imediata das forças armadas das antigas áreas das FATA e o fim do toque de recolher imposto nestas áreas.

– A aceitação de todas as reivindicações que já foram reconhecidas como legítimas pelos generais e pelo primeiro-ministro, em declarações públicas.

Executiva Nacional do PSOL
28 de maio de 2019

Cadastre-se e recebe informações do PSOL

Relacionados

PSOL nas Redes

469,924FãsCurtir
362,000SeguidoresSeguir
2,003SeguidoresSeguir
515,202SeguidoresSeguir

Últimas