Em seu artigo semanal na Folha de S. Paulo, Guilherme Boulos tratou sobre as dificuldades de boa parte do povo brasileiro neste período de pandemia para sobreviver entre a ameaça sanitária que representa a Covid-19, com milhares de mortos todos os dias no país, e a ameaça da fome, do desemprego ou da falência de seus negócios.
O ex-candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PSOL em 2020 conta a situação de Seu Cidones, dono de um bar na rua de baixo da sua casa, que se vê “entre a cruz e a espada” com, por um lado, as perdas de conhecidos pelo vírus e o medo de ser contaminado, e de outro, as contas a pagar, a cobrança dos fornecedores e o medo da falência.
“O dilema do seu Cidones é o mesmo de milhões de brasileiros que, com muita labuta, ergueram um pequeno negócio e agora enfrentam as agruras da pandemia”, constata Boulos.
“Ele ouvia Bolsonaro desdenhar do vírus e dizer que, se não abrisse seu comércio, morreria de fome. E Doria dizia para que ficasse em casa. A verdade é que nenhum dos dois resolvia seu problema”, continua.
“Não existe lockdown possível sem apoio econômico aos mais vulneráveis, ainda mais num país tão desigual. O pedido para que as pessoas fiquem em casa não é suficiente quando isso significa falência, desemprego ou fome”, conclui Guilherme Boulos. “O auxílio emergencial, agora reduzido a um arremedo, é imprescindível para desempregados e trabalhadores informais”, finaliza.



