A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) protocolou neste domingo (23) uma notícia-crime ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, contra o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG). A ação denuncia violação de medidas cautelares impostas a Jair Bolsonaro durante visita realizada na última sexta-feira (21), quando o ex-presidente ainda cumpria prisão domiciliar.
Nikolas utilizou o celular e conversou com Bolsonaro enquanto manuseava o aparelho, conduta proibida por decisão expressa do Supremo, que vetava o uso ou acesso a dispositivos de comunicação durante a custódia. A deputada afirma que as imagens divulgadas são suficientes para levantar suspeitas de que o parlamentar atuou para facilitar ou instigar o descumprimento da ordem judicial.
Erika relaciona o episódio aos movimentos que ocorreram horas depois, como a vigília convocada por Flávio Bolsonaro e a tentativa do ex-presidente de violar a tornozeleira eletrônica, que resultaram na conversão da prisão domiciliar em prisão preventiva por risco de fuga. Para a parlamentar, há indícios de que Nikolas teve participação ativa na articulação das ações.
“Além da violação da ordem judicial, há fortes indícios de cooperação e facilitação da tentativa de fuga”, aponta a notícia-crime. O documento sugere que o deputado possa ter transmitido instruções, oferecido meios tecnológicos ou combinado estratégias com terceiros para ajudar Bolsonaro a romper as medidas impostas pelo STF.
A parlamentar pede que o Supremo determine busca e apreensão do celular de Nikolas, a oitiva do deputado e dos agentes que acompanharam a visita, além da adoção das medidas cautelares necessárias para impedir destruição de provas. “A Justiça não será feita de otária por projeto de fuga improvisado por influenciadores fantasiados de parlamentares”, afirmou Erika.
A expectativa é que o STF avance nas investigações sobre o papel de Nikolas Ferreira na violação das regras da custódia de Bolsonaro.

