A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) acionou o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo para abrir uma auditoria sobre os cortes promovidos pelo governo Tarcísio de Freitas em áreas essenciais de proteção às mulheres. A representação questiona a redução de recursos em estruturas que deveriam enfrentar a violência de gênero justamente num momento em que os feminicídios disparam em São Paulo.
Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública, os casos de feminicídio cresceram 276% entre 2016 e 2025: foram 55 mulheres assassinadas em 2016 e 207 somente este ano. Para Erika, o aumento expressivo da violência torna ainda mais grave o desmonte do orçamento destinado às políticas de prevenção, acolhimento e proteção.
A deputada aponta que o governo cortou verbas de órgãos estratégicos, como a Secretaria da Mulher e as Delegacias de Defesa da Mulher. Em 2023, Tarcísio retirou R$ 5,2 milhões do orçamento das DDMs, comprometendo o atendimento às vítimas. Em 2025, a Secretaria de Políticas para a Mulher chega ao terceiro ano consecutivo sem recursos para programas de combate à violência, apesar de promessas de campanha. E a proposta orçamentária de 2026 aprofunda o cenário, reduzindo em 54,4% o orçamento da pasta.
Erika afirma que não se trata de falha administrativa, mas de uma escolha política: “Tarcísio desmonta o orçamento de proteção às mulheres e ignora a lei das Delegacias de Defesa das Mulheres 24h”. A representação foi formalizada em meio a novos casos brutais de violência, como o de uma mulher de 31 anos que teve as duas pernas amputadas após ser atropelada intencionalmente pelo ex-namorado, na zona norte da capital paulista.

