Em seu artigo desta semana na Folha de S. Paulo, Guilherme Boulos fala sobre a trágica política ambiental do governo Bolsonaro, que tem Ricardo Salles no comando do Ministério do Meio Ambiente. No mais recente episódio da destruição ambiental promovida pelo governo federal, a Câmara dos Deputados aprovou na última semana um projeto que desmonta as políticas de licenciamento ambiental no Brasil.
“Num país que vive há pelo menos três décadas um processo de reprimarização da economia —cada vez mais dependente de soja, carne e minério de ferro—, o desmonte da proteção ao meio ambiente serve sobretudo para ampliar fronteiras agrícolas”, avalia Boulos sobre as mudanças no licenciamento ambiental no país.
“O Brasil está hoje na vanguarda do atraso. Com Bolsonaro e Ricardo Salles, vimos as queimadas e o desmatamento serem premiados, fiscais que punem mineração ilegal em terras indígenas serem demitidos e a “boiada” passando com o desmonte das regulações ambientais”, resume Boulos.
O ex-candidato à Presidência do Brasil e à Prefeitura de São Paulo apresenta alternativas ao modelo predatório defendido por Bolsonaro e Salles, como o Green New Deal, encampado por Noam Chomsky e lideranças da esquerda mundial. “Aponta os caminhos para uma transição verde que, ao mesmo tempo, enfrente o aquecimento global e garanta condições de vida dignas aos trabalhadores”, avalia.
“A gravidade da crise climática exige ousadia dessa geração. Ousadia de questionar um modelo de desenvolvimento que coloca o lucro acima da vida. De enfrentar poderosos setores da economia capitalista”, conclama o psolista, que conclui: “o Brasil, por suas dimensões continentais, biodiversidade e potencial hídrico, tem as condições de – sem Bolsonaro – estar à frente desse grande movimento pela vida”.
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