
Guilherme Boulos deu uma entrevista exclusiva à Folha de S. Paulo, publicada nesta terça-feira (13), em que fala sobre suas últimas iniciativas políticas, como as Cozinhas Solidárias do MTST, que garantem refeições gratuitas aos que mais precisam e vêm sendo inauguradas em diversos estados brasileiros. Na última semana, duas unidades foram inauguradas, em Planaltina (DF) e Boa Vista (RR). São iniciativas para combater a “pandemia da fome”, como define Boulos.
Para o momento, Boulos vê como fundamental a instalação da CPI da Pandemia para investigar os crimes de Jair Bolsonaro. “Se for séria, ela vai apontar crimes de responsabilidade do Bolsonaro ao ter negado a vacina, ter boicotado medidas de isolamento sanitário. E pode ser o primeiro passo para o impeachment”, avalia o líder do MTST e do PSOL.
O ex-candidato à Prefeitura de São Paulo em 2020 diz que a prioridade para a esquerda brasileira neste momento tem que ser “derrotar o bolsonarismo e apresentar um projeto de reconstrução nacional”.
“É momento de centrar a pauta da oposição em impeachment do Bolsonaro, em medidas contra a fome, em retomada do auxílio emergencial de R$ 600. Na vacinação do nosso povo. O foco é esse”, aponta Boulos.
Guilherme Boulos também avalia o cenário da pandemia em São Paulo. “O PSDB se apresenta como bom de gestão. O governo de SP tem o maior orçamento do país. Olha a situação da pandemia. Temos quase 100 mil mortos [por Covid-19] em São Paulo. Dá para dizer que é uma boa gestão?”, questiona.
“O Doria é bom de marketing. Ele tenta capitalizar para ele pessoalmente a vacina do Instituto Butantan, enquanto ele queria privatizar o Butantan no início do governo”, critica. “Precisaria ter medidas de apoio a pequenos empreendedores, microempresários, comerciantes que estão com as portas fechadas. Não teve nada. Repito: é uma condução errática e elitista”, conclui.


