Às vésperas do dia 20 de novembro, Dia Nacional de Zumbi dos Palmares e da Consciência Negra, data que ocupa lugar de centralidade na luta contra todas as formas de racismo, assistimos perplexos a mais um caso de violência política e racial contra o deputado estadual Renato Freitas (PT-PR).
Em vídeos que circulam amplamente pelas redes sociais, verificamos a perseguição contra o deputado, vindo de um homem com identidade até o momento desconhecida. Após desferir ataques verbais contra Renato, o agressor o persegue por várias quadras, insultando-o e provocando-o: “você não é o famosinho?” “não é o vereador do PSOL?”. Quando o deputado reage as agressões sofridas, o agressor o ataca, desferindo socos e atentando contra sua integridade física. Renato teve seu nariz quebrado e foi encaminhado ao serviço de atendimento médico.
O ataque desta quarta (19/11) ao deputado Renato Freitas não é um caso isolado e acontece dentro de um contexto de perseguição política e escalada de violência da extrema direita, que persegue e violenta Renato em todos os espaços, chegando a absurdas tentativas de cercear o direito básico de ir e vir e o direito a acessar os espaços da cidade de Curitiba. A imagem de Renato ferido e ensanguentado é o retrato fiel do extremo da violência racial.
O episódio de hoje é um caso escrachado de violência racista promovido pela extrema direita, que tem como viés principal o ódio e ojeriza a pessoas negras, incidindo contra estas na tentativa de lhes ceifar a integridade física e impedir o exercício de direitos básicos.
No que tange ao deputado Renato Freitas, os episódios de racismo são reiterados com o objetivo de o intimidar, perseguir, caluniar, chegando até ao absurdo de levarem cachorros para farejá-lo no plenário da ALEP. Todos esses casos são a indicação de um sistema que não tolera a presença de pessoas negras em quaisquer espaços, muito menos os espaços políticos e parlamentares. O objetivo é o de limar um homem negro, periférico e de esquerda do espaço para o qual ele foi democraticamente eleito.
A Executiva Nacional de Negritude do PSOL vem a público repudiar veementemente a violência constante que atinge Renato Freitas, denunciar seu caráter racial e político e exigir a apuração rigorosa e posterior responsabilização.
Estendemos nossa solidariedade e apoio irrestrito a Renato Freitas. As epistemologias negras Bantu nos ensinam que nós somos enquanto coletivo, existimos enquanto comunidade, eu sou porque nós somos. Por isso, camarada Renato, você não está sozinho e a violência que o atinge, atinge a cada membro da comunidade negra, dos que enfrentam cotidianamente o racismo e lutam pela justiça racial e pela democracia.
Nossa atuação é coletiva e a resposta a mais este caso de racismo também será coletiva. Diante de tão reiterados casos violentos e racistas, todas as instituições são corresponsáveis: tanto a ALEP, casa da qual o parlamentar é membro, quanto as instituições democráticas. Exigimos que a segurança de um parlamentar negro, que é alvo constante de todo tipo de violência, seja encarada com a seriedade e a urgência devidas, para preservar a vida de um lutador combativo.
Seguimos juntos, cobrando respostas concretas e responsabilização aos agressores.
Executiva Nacional de Negritude do PSOL
20 de novembro de 2025

