No último dia 13 de junho, Israel iniciou uma ofensiva aérea contra o Irã levando ao assassinato de 78 pessoas e ferindo mais de 300. Em resposta à recente agressão, o Irã lançou drones e mísseis nos arredores de Tel Aviv, matando dez pessoas. Há cerca de um ano, Israel já havia bombardeado a embaixada iraniana em Damasco, assassinando 16 pessoas. Nos últimos meses, Israel também seguiu a invasão genocida com a aniquilação desumana na Faixa de Gaza, atacou o Líbano, a Síria e o Iêmen.
A decisão de Donald Trump de lançar bombas norte americanas sobre o Irã no último domingo e de exigir rendição total deste país agravam todo o quadro.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, continua a demonstrar seu interesse na ampliação da guerra por todos os meios e frentes. Mais do que nunca, se ampliaram os perigos de haver uma escalada de um tipo de guerra injusta no Oriente Médio, a serviço da estratégia de dominação imperialista israelense na região a qualquer custo.
Lamentavelmente, Netanyahu desfruta de impunidade porque as principais potências do mundo têm fechado os olhos para a agressão à soberania dos países do Oriente Médio, para as sucessivas violações do direito internacional e aos repetidos crimes contra a humanidade cometidos por Israel. Por essa razão, é tão urgente cobrar de governos, sociedade civil e povos que atuem para impor sanções comerciais e embargo de armas para frear a sanha israelense.
A propaganda de que o ataque recente ao Irã tem natureza “preventiva” para evitar o avanço do seu programa nuclear é desonesta. Desde que Donald Trump, em seu primeiro mandato, realizou uma denúncia unilateral do acordo nuclear firmado com o Irã, a própria Agência da ONU produziu um relatório que não ofereceu prova alguma. Na verdade, a acusação contra o Irã surgiu diversas vezes nos últimos trinta anos e nunca houve comprovação. Em contrapartida, Israel é o único país do Oriente Médio que não assinou o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP).
Mesmo depois que o governo do Irã buscou ajuda internacional para um possível acordo de cessar-fogo, Donald Trump declarou em 18 de junho que não busca o cessar-fogo e, pelo contrário, busca uma “vitória total e completa” contra o Irã. Além dos Estados Unidos ter fornecido armas e apoio diplomático a Israel desde o início do genocídio do povo palestino, agora, com o segundo mandato de Trump, os Estados Unidos já está cumprindo um papel ainda mais ativo e nefasto ao lado de Israel pela “rendição total” do Irã.
O PSOL se opõe completamente a mais essa violação do direito internacional e da soberania do Irã por parte de Israel e dos Estados Unidos. Estamos ao lado de todas as vozes que buscam a paz e o cessar-fogo total no Oriente Médio. Mais do que nunca, seremos parte de uma mobilização ativa pela Palestina e sua libertação. Importante a posição do Itamaraty condenando as recentes violações da soberania e da integridade territorial do Irã. Agora é preciso ir além, por isso cobramos do governo brasileiro que rompa as relações econômicas com Israel. As decisões do Tribunal Internacional de Justiça e do Tribunal Penal precisam ser cumpridas para acabar com o genocídio, a guerra e a impunidade.
Executiva Nacional do PSOL
23 de junho de 2025

