A Executiva Nacional do PSOL aprovou, nesta segunda-feira (12), a criação da campanha permanente “Levante por Marielle”, voltada ao combate à violência política de raça e gênero. A iniciativa, construída em articulação com as setoriais de Mulheres, Negras e Negros, a Secretaria Nacional de Segurança Militante e organizações da sociedade civil, tem como objetivo garantir a participação plena e segura de filiadas, parlamentares e militantes do partido na vida política.
SAIBA MAIS: Leia na íntegra a resolução aprovada pela Executiva Nacional do PSOL
A decisão parte da compreensão de que o assassinato de Marielle Franco, vereadora eleita pelo PSOL em 2016, foi um marco brutal e revelador das violências que atingem corpos e vozes negras, femininas, periféricas e LGBTQIAPN+ na política institucional. Em 2025, o crime que tirou a vida de Marielle e Anderson Gomes completa sete anos.
Apesar dos avanços recentes nas investigações, com o julgamento dos executores e a identificação de um dos mandantes, o PSOL reafirma que sua luta por justiça e memória será permanente.
A campanha “Levante por Marielle” propõe um conjunto de ações estruturadas e contínuas com foco na prevenção, acolhimento e enfrentamento à violência política:
- Ouvidoria de acolhimento: vinculada à Secretaria Nacional de Segurança Militante do PSOL, será responsável por receber denúncias e aplicar um protocolo de atendimento em colaboração com as setoriais envolvidas;
- Formação e capacitação: o PSOL organizará espaços educativos sobre ferramentas jurídicas e políticas para combater crimes de violência política de raça e gênero;
- Cartilha nacional: será elaborada uma cartilha formativa com orientações práticas, disponível em formato digital e impresso, como parte da estratégia de multiplicação do conhecimento e apoio à militância;
- Ação no STF: com base na Lei nº 14.192/2021, que criminaliza a violência política de gênero, o partido articula uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) com organizações da sociedade civil. O objetivo é ampliar a proteção legal às vítimas de violência motivada por machismo, racismo e LGBTfobia, com foco especial em dirigentes e militantes partidárias.
Segundo dados do Ministério Público Federal, o Grupo de Trabalho de Prevenção e Combate à Violência Política de Gênero (GT-VPG) recebeu 215 denúncias em apenas três anos, revelando a urgência de iniciativas permanentes como esta.
Para o PSOL, a campanha representa mais do que um compromisso com a memória de Marielle Franco. É uma estratégia concreta para enfrentar as barreiras que impedem a construção de uma democracia verdadeiramente representativa, feminista e antirracista.
O “Levante por Marielle” é, nas palavras do partido, uma convocação para seguir regando as sementes de justiça e resistência que ela plantou.

