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PSOL pede convocação do Ministro da Saúde após governo não ter distribuído 6,8 milhões de testes de Covid-19

A bancada do PSOL na Câmara dos Deputados apresentou nesta segunda-feira (23) um pedido de convocação do Ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, para que ele explique ao Brasil os 6,86 milhões de testes para diagnosticar a Covid-19 que foram comprados pelo Ministério, estão estocados em um armazém do governo federal em Guarulhos (SP) e, até hoje, não foram distribuídos para a rede pública. Os testes perderão a validade entre dezembro deste ano e janeiro de 2021 e poderão ter que ser descartados. O PSOL também acionará o Ministério Público para que o órgão fiscalize e investigue o caso.

Para se ter uma ideia, o SUS aplicou cinco milhões de testes deste tipo. Ou seja, o Brasil pode acabar descartando mais exames do que já realizou até agora. Ao todo, a Saúde investiu R$ 764,5 milhões em testes e as unidades para vencer custaram R$ 290 milhões – o lote encalhado tem validade de oito meses.

O RT-PCR é um dos exames mais eficazes para diagnosticar a covid-19. A coleta é feita por meio de um cotonete aplicado na região nasal e faríngea (a região da garganta logo atrás do nariz e da boca) do paciente. Na rede privada, o exame custa de R$ 290 a R$ 400. As evidências de falhas de planejamento e logística no setor ocorrem num período de aumento dos casos no País.

A pasta diz que só entrega os testes quando há pedidos dos Estados. Ainda ressalta que nem sequer as 8 milhões de unidades já repassadas foram totalmente consumidas. Secretários estaduais e municipais de Saúde dizem que não usaram todos os testes, pois receberam kits incompletos para o diagnóstico, com número reduzido de reagentes usados na extração do RNA, tubos de laboratório e cotonetes de coletar amostras. Também veem dificuldade para processar amostras. Isso prejudica o repasse dos produtos, pois as prefeituras, em especial, não têm como armazenar grandes quantidades.

O ministério lançou duas vezes o programa Diagnosticar para Cuidar, que previa 24,2 milhões de exames no SUS até dezembro. Só 20% foram feitos. A pasta prometeu também insumos para entregar kits completos, mas os negócios foram travados por suspeita de irregularidades.

Com meta de alcançar 115 mil testes diários no SUS, o ministério registrou em outubro média de 27,3 mil na rede pública, número inferior ao dos dois meses anteriores.

Especialistas, porém, dizem que o teste não serve só para diagnóstico. É essencial na interrupção de cadeias de infecção. “A vantagem da Europa, agora, é que aumentou tanto a capacidade de testagem que é possível detectar casos leves”, diz o vice-diretor da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), Jarbas Barbosa.

Para ele, um bom indicador para verificar se o país testa pouco é o número de positivos. Se for acima de 5%, é sinal de que os testes são insuficientes. No Brasil, cerca de 30% dos exames RT-PCR no SUS deram positivo.

Com informações do Correio Braziliense

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