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Sâmia Bomfim aciona Ministério Público após policiais armados entrarem em escola por atividade sobre cultura afrobrasileira

A deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) acionou o Ministério Público de São Paulo para investigar a atuação de policiais militares que entraram armados em uma escola municipal da zona oeste após uma atividade sobre orixás realizada com crianças de 4 anos. O caso veio à tona depois que um pai, também policial, se incomodou com um desenho de Iansã feito pela filha e acionou a PM.

No documento enviado ao MPSP, Sâmia e as parlamentares Mônica Seixas (deputada estadual) e Luana Alves (vereadora), ambas do PSOL-SP, afirmam que a conduta dos agentes e do pai da aluna configura racismo religioso e abuso de poder. Elas pedem que o Ministério Público identifique todos os policiais envolvidos, solicite as imagens das câmeras corporais dos agentes e peça a gravação do circuito interno da escola.

O episódio ocorreu na EMEI Antônio Bento, no Caxingui, quando quatro policiais, um deles portando uma metralhadora, entraram na unidade alegando “ensino religioso”. Segundo relatos, a abordagem foi hostil e ignorou que a escola seguia o currículo antirracista previsto nas Leis 10.639/03 e 11.645/08, que tornam obrigatório o ensino de história e cultura afrobrasileira.

A atividade fazia parte de um trabalho com o livro “Ciranda em Aruanda”, reconhecido pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil, que apresenta orixás por meio de ilustrações e pequenas descrições. As crianças ouviram a história e fizeram desenhos, procedimento pedagógico comum na rede municipal.

Antes da invasão, o pai já havia demonstrado incômodo com a atividade e chegou a rasgar um mural com desenhos das crianças. A direção da escola o convidou para participar do Conselho Escolar no dia seguinte, mas ele não compareceu e, em vez disso, chamou a PM.
Para Sâmia, o episódio é “inaceitável”. “Policiais armados invadiram uma creche porque uma criança desenhou Iansã. Isso é racismo religioso e abuso de autoridade. A escola cumpria seu papel com um currículo antirracista — quem violou a lei foi a PM”, afirmou.

A deputada reforçou que a ação conjunta das parlamentares busca garantir responsabilização e impedir que o ódio avance sobre as crianças e sobre as religiões de matriz africana.

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