50 eurodeputados de esquerda, verdes, socialistas e independentes enviaram nesta quarta-feira (28) uma carta a Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, o braço Executivo da União Europeia, e Josep Borrell, chefe da diplomacia europeia, para pedir atenção ao aumento da violência política no Brasil e aos ataques a instituições democráticas.
O texto diz que “dadas as ameaças sem precedentes às eleições gerais do Brasil, pedimos que se tomem medidas adicionais para deixar inequivocamente claro para o presidente Bolsonaro e seu governo que a Constituição do Brasil deve ser respeitada e que tentativas de subverter as regras da democracia são inaceitáveis”.
No primeiro semestre, se discutiu entre o Itamaraty e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a possibilidade de convidar uma missão se observadores da UE, mas a ideia, defendida na época pelo TSE, não prosperou.
Na visão do expressivo grupo de eurodeputados que se pronunciou na carta, é preocupante que “o sistema brasileiro de votação eletrônica, em vigor desde 1996 e considerado seguro e confiável, tem sido alvo de repetidos e infundados ataques do presidente Jair Bolsonaro”.
Os parlamentares também denunciaram “ameaças, intimidação e violência política, incluindo ameaças de morte contra candidatos, continuam a aumentar online e offline”.
“O que estamos pedindo é que garantam com medidas diplomáticas e de pressão a impossibilidade de ataque às instituições e normas básicas do Estado de Direito. E se isso acontecer, devem ser adotadas medidas urgentes”, diz Miguel Urbán, um dos signatários da carta e eurodeputado pelo Anticapitalistas.