O presidente do PSOL Juliano Medeiros participou na última segunda-feira (20) de um debate sobre “A ofensiva conservadora e a luta social no Brasil” que aconteceu na Universidade de Hamburgo, na Alemanha.
O debate foi promovido por uma articulação entre o Grupo de Discussão sobre Temas Brasileiros (GDTB), Grupo “Hamburgo pela Democracia no Brasil”, Grupo de Trabalho da Geografia – AG Kritische Geographie Globale Ungleichheiten e Miradas Feministas.
No evento, Juliano Medeiros apresentou as avaliações do PSOL até o momento de como foi possível a ascensão de um governo de direita autoritária no Brasil e sobre a grave crise que passa a jovem democracia brasileira.
Para Medeiros, a radicalização política da direita brasileira se acirrou após o golpe parlamentar e jurídico de 2016, que destituiu a presidenta eleita Dilma Rousseff. “Radicalizar era a palavra chave! E consequentemente construir uma República dos Barões, o que possibilitou a ascensão de Bolsonaro”, afirmou Juliano.
Bolsonaro tem sua popularidade impulsionada pelas vontades do mercado, o descrédito generalizado com a política e graves erros cometidos por grande parte da esquerda no Brasil.
Um erro importante da esquerda foi, conforme Medeiros, subestimar a luta de classes. “A esquerda simplesmente acreditou que o capital e o trabalho poderiam andar sempre de braços dados. No entanto, a elite nunca aceitou a igualdade com as classes menos favorecidas”, afirma.
Outro recado do presidente do PSOL no evento é de que não será a esquerda partidária a única que resolverá os problemas de baixa capacidade de mobilização nas ruas que, por enquanto, a oposição a Bolsonaro demonstra como fragilidade. “A solução não virá da noite para o dia”, adverte. “É preciso conectar com as pessoas e isso é a tarefa dos movimentos sociais. É preciso batalhar para alterar a correlação de forças na sociedade”.