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Aula pública debate a importância da vacinação de grávidas e puérperas: “Para que nenhuma mãe fique pelo caminho!”


Na última sexta-feira (28), Dia Nacional de Combate à Mortalidade Materna, as Mulheres do PSOL promoveram uma aula pública virtual para discutir o porquê mulheres grávidas e puérperas devem ser vacinadas contra a Covid-19. A atividade teve a presença das deputadas federais, Sâmia Bomfim (PSOL-SP) e Taliria Petrone (PSOL-RJ), e da médica Melania Amorim, ginecologista, obstetra e ativista pelos direitos sexuais e reprodutivos.
No momento em que o Brasil registra 8 de cada 10 mortes de grávidas por Covid -19 no mundo, é importante trazer a público o debate da priorização da vacinação desse grupo, que hoje ocorre a conta gotas no país.
Talíria iniciou o encontro demarcando sua posição enquanto mãe, que gestou e pariu já em um contexto de pandemia, cujo cenário intensificou ainda mais as desigualdades de gênero, classe e raça já existentes em nossa sociedade.
A deputada pontuou a respeito das diversas violações às quais as mães estão submetidas no cenário obstétrico do Brasil. “Nós já temos nosso trabalho invisibilizado, amamentar não entendido enquanto trabalho, o trabalho reprodutivo não é entendido enquanto trabalho, o trabalho doméstico não é entendido enquanto trabalho”, disse.
Talíria também lembrou dos dados que circundam a lógica brasileira cujo país é o 2º que mais realiza cesarianas no mundo, em que o tempo médio de amamentação é de 54 dias e, em que muitas mulheres em um contexto de precarização se quer tem o direito a licença a maternidade de 4 meses. 
Além disso, somado ao debate sobre o direito à maternidade, atrelam-se os casos  sistematicos de assasinatos de jovens negros nas periferias do Brasil que caracterizam a realidade de milhares de mães negras e pobres.
Sâmia, que também tem gestado sua primeira gravidez durante a pandemia, compartilhou, das inseguranças geradas pela grave crise social que se abateu pelo país sob o governo genocida de Jair Bolsonaro, como a fome, o desemprego e as políticas de ataques aos direitos sexuais e reprodutivos das mulheres. 
A parlamentar classificou como desastrosas as tentativas de combate à pandemia sugeridas pelo governo federal, como a de separar  entre o grupo de mulheres gestantes, as que possuem das que não possuem comorbidades no processo de imunização. “Até porque 60% das mortes por covid-19 em gestantes ocorreram em mulheres que não apresentavam comorbidades anteriores” e lembrou que as condições fisiológicas de mulheres grávidas e puérperas já as coloca em condições de risco. 
A médica, ativista e pesquisadora, Melania Amorim , compartilhou dados de diversos testes e pesquisas realizadas com as três vacinas que já circulam pelo  Brasil, Corona Vac, Pfizer e Astrazeneca, e seus efeitos nos diversos grupos.
Além disso, Melania, também dividiu sua experiência enquanto profissional de saúde na linha de frente no enfrentamento à covid, “Apesar dos números serem absolutamente catastróficos [1149 mortes de gestantes desde o início de pandemia] eles são subestimados, porque ainda existem aquelas que morrem sem ter sido testadas”,  afirmou.
A médica taxou como precipitada a decisão do Ministério da Saúde de suspender integralmente  a vacinação em mulheres gestantes após o registro da morte de uma gestante vacinada com a Astrazeneca, e concluiu fazendo uma avaliação a respeito da forma como o Governo Bolsonaro tem lidado com o enfrentamento a pandemia. 
“Não é trapalhada, não é estupidez. Isso é um projeto. Um projeto necropolítico principalmente em se tratando da morte de mulheres”, concluiu Melania.
Vale lembrar que o PSOL protocolou no final de maio uma ADPF (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental) junto ao  STF para garantir a efetiva vacinação de grávidas e puérperas, em um momento em que sua aprovação se faz urgente e necessária.

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