O PSOL pediu que a Procuradoria Geral da República investigue a Empresa Brasil de Comunicação por censurar uma imagem de Marielle Franco na TV Brasil. A ilustração do rosto da ex-vereadora aparecia por 5 segundos, o que foi suficiente para que o trecho fosse removido, o diretor de programação demitido e o programa cancelado.
“Não houve interesse público, mas pessoal e particular, orientado ideologicamente, com o único objetivo de perseguir as bandeiras e a memória de Marielle Franco”, defenderam os deputados do PSOL em representação protocolada pelo líder do partido na Câmara, Ivan Valente.
No documento, os deputados afirmaram também que o presidente da EBC, general Luiz Carlos Pereira Gomes; o ministro de Governo, general Luiz Eduardo Ramos; e o secretário de Comunicação da Presidência, Fabio Wajngarten “se valem dos seus cargos para implementar uma guerra ideológica contra quem discorda democraticamente do atual governo federal, ato completamente inconstitucional e ilegal”.
Além da investigação, o PSOL pediu que a PGR responsabilize Pereira Gomes, Ramos e Wajngarten por dano moral coletivo, e que uma eventual indenização seja revertida para organizações de combate ao racismo. O PSOL também cobrou respostas sobre o assassinato de de Marielle Franco. O crime aconteceu há 1 ano e 7 meses e seguimos sem respostas sobre quem foram os mandantes do crime.
Além do partido o Ministério Público também pediu ao Tribunal de Contas da União a investigação do caso. No documento, o subprocurador-geral Lucas Rocha Furtado afirmou que para além da censura, a empresa pode ter incorrido em “flagrante desvio de finalidade pública” ao vetar a imagem de Marielle Franco, ligada ao movimento LGBT e à esquerda, “dois assuntos que, sistematicamente, são objetos de atos de censura por parte de órgãos públicos no âmbito cultural, conforme investigações levadas a efeito por órgãos de controle nos últimos meses”.