A bancada do PSOL na Câmara dos Deputados protocolou nesta quarta-feira (5) um requerimento na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para que Anderson Torres, atual ministro da Justiça, seja convocado para explicar o uso da Polícia Federal para perseguir opositores do presidente Jair Bolsonaro, como aconteceu recentemente com o líder sem-teto Guilherme Boulos e a líder indígena Sônia Guajajara, ambos do PSOL e que compuseram a chapa presidencial do partido nas eleições de 2018.
O requerimento recupera o casos de Boulos, intimado pela Polícia Federal por um tuíte que criticava ações de Bolsonaro, e de Guajajara, intimada pela acusação de difamar o governo federal com a websérie “Maracá”, lançada em 2020 e que denunciou violações de direitos cometidas contra os povos indígenas durante a pandemia da Covid-19.
Além disso, o inquérito menciona a intenção do ministro de requisitar informações à PF sobre inquéritos que envolvem governadores em desvios de recursos destinados ao combate à Covid-19. Torres manifestou esse plano em entrevista à revista Veja ao ser perguntado sobre a CPI da Pandemia.
“Tal ingerência ilegal do referido ministro teria por objeto dar informações aos senadores governistas que integram a recém-instalada CPI que trata acerca dos erros e omissões que culminaram no Brasil como um dos principais centros de contaminação e mortes, bem como de mutações virais que dificultam ainda mais o efetivo combate à pandemia”, diz o requerimento, assinado por Fernanda Melchionna, Sâmia Bomfim e Ivan Valente.