Em seu novo artigo publicado na Folha de S. Paulo, Guilherme Boulos trata sobre a aprovação, a toque de caixa, da autonomia do Banco Central na Câmara dos Deputados que foi votada na última semana.
“Arthur Lira passou a boiada da autonomia do Banco Central, sem discussão com a sociedade, em meio ao caos da pandemia. Ilustração perfeita do casamento entre autoritarismo e neoliberalismo que dá as cartas no país”, aponta o ex-candidato à Prefeitura de São Paulo nas últimas eleições.
Guilherme Boulos também lista os nomes de uma série de ex-presidentes do Banco Central para demonstrar que os interesses do mercado financeiro já davam as cartas no Banco Central através de um mecanismo chamado de “porta giratória”. “Presidentes e diretores da instituição quase sempre voltam ao mercado passada sua estadia no BC. […] Imaginem alguém, em qualquer área, com a função de fiscalizar seus ex-chefes e futuros chefes. Teria alguma isenção para contrariar interesses em nome do que é melhor para o país ou para o povo?”, reflete o militante do PSOL e do MTST.
“A autonomia do BC institucionaliza essa entrega do galinheiro na mão das raposas”, conclui Guilherme Boulos, que reflete: A alegação é blindar a instituição da “influência política”. Mas quem blinda o BC da influência do mercado?”.