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Artigo de Paula Coradi e Juliano Medeiros: São Paulo na luta contra a extrema direita

Por Paula Coradi (presidenta do PSOL) e Juliano Medeiros (ex-presidente do partido), originalmente publicado no Poder360

Governada 3 vezes por gestões progressistas, São Paulo tem, em 2024, a chance de voltar a eleger um prefeito de esquerda. Além das pesquisas eleitorais que indicam a liderança de Guilherme Boulos, outro indicativo é razão de otimismo: a resistência ao bolsonarismo na eleição de 2022, quando a capital deu vitória a Lula e Haddad contra Bolsonaro e Tarcísio.

Boulos também representa uma esquerda renovada, oriunda das lutas contra a agenda neoliberal e seus retrocessos, sem, contudo, renegar a contribuição das gerações anteriores, cuja expressão principal é Lula.

Mais do que a chance de um governo progressista na capital paulista, a vitória de Boulos no pleito de outubro de 2024 será um passo importante para isolar a extrema direita na maior cidade do país, algo decisivo se considerarmos o processo em curso de reconstrução do Brasil. São Paulo, com toda sua pujança e diversidade, não pode ser refém de um projeto retrógrado que atende aos interesses de uma minoria nem servir de base para o ódio e o atraso no país.

O atual prefeito, embora busque transmitir uma imagem moderada, já demonstrou diversas vezes querer o apoio de Bolsonaro, a quem classificou como “democrata”, mesmo depois das tentativas de questionar o sistema eleitoral brasileiro, crime pelo qual ainda é investigado. Aliás, hoje um coronel da PM abertamente bolsonarista desponta como favorito à sua candidatura de vice.

Para combater a extrema direita, que busca se entrincheirar em São Paulo, a construção de uma frente progressista é fundamental. O apoio de 6 partidos logo no início do ano e uma mínima dispersão de forças é indispensável. O apoio de líderes políticos de peso também é importante. Em dezembro, mais de 50 ex-secretários municipais, que serviram em diferentes mandatos paulistanos, manifestaram apoio à candidatura de Boulos, num esforço de ampliação.

Um desses nomes é o da ex-prefeita Marta Suplicy, que deixou a gestão do atual prefeito. Sua vinda, independentemente da definição do PT sobre sua presença na chapa das esquerdas ao lado de Boulos, é extremamente positiva. Une os ex-prefeitos de esquerda e fortalece o sentido de frente democrática contra o bolsonarismo e seus aliados.

Erundina, por exemplo, inovou com o passe livre –a gratuidade no transporte coletivo–, hoje implantado de forma eleitoreira pelo atual prefeito, e promoveu política habitacional com os mutirões. Marta, dentre outras ações, implantou o Bilhete Único e os CEUs, e Haddad, por sua vez, mostrou a importância de se pensar a ocupação democrática da cidade e estimular outros modais de transporte diferentes do carro.

Alguns indicam a posição de Marta no impeachment contra Dilma como um erro imperdoável. Hoje, mais do que nunca, sabemos que Dilma era inocente e o impeachment foi, na verdade, um golpe. Mas a história de Marta não parou em 2016. Ela mostrou compromisso democrático no momento mais crítico quando engrossou a frente pró-Lula contra Bolsonaro. É a clivagem que importa agora.

É hora de generosidade e grandeza política. Quem se limitar a apontar erros e contradições encontrará poucos aliados para enfrentar a batalha dura que temos pela frente. Quem tiver o compromisso com um programa de mudanças é, portanto, muito bem-vindo.

São Paulo merece um governo moderno, humano e democrático. A maior cidade do hemisfério Sul não pode ter por mais 4 anos um prefeito omisso que permite que a crise social se aprofunde enquanto o país é reconstruído. Que a frente da mudança se fortaleça cada dia mais.

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