fbpx

Com Erundina, PSOL fortaleceu a esquerda nas eleições para a presidência da Câmara

Matéria atualizada nesta quinta-feira (14), às 9h40 

“Represento também as mulheres e as frentes progressistas que resistem ao atraso e ao conservadorismo que pretendem ameaçar conquistas democráticas”. Foi com esse recado que a deputada Luiza Erundina (SP) defendeu a sua candidatura à presidência da Câmara dos Deputados no plenário da casa, na noite desta quarta-feira (13). Principal candidatura da esquerda a disputar o mandato tampão de presidente da Câmara, após a renúncia de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para tentar se livrar da cassação por quebra de decoro parlamentar, Erundina ressaltou ser necessário uma nova Câmara para um novo tempo.

Segundo ela, aquele era um momento histórico e uma oportunidade para o Parlamento fazer justiça com as mulheres no Brasil, que nunca comandaram uma das Casas (Câmara ou Senado) devido à baixa representatividade. “Além de injusta, essa situação ajuda a degradar a imagem do Brasil no cenário internacional”, disse a deputada, para um plenário lotado, por volta das 19h30 desta quarta-feira.

Vinte e dois deputados votaram em Erundina e na plataforma de mudanças, apresentada pelo PSOL, por uma Câmara mais democrática e próxima do povo. Em seu discurso, a candidata ressaltou que era preciso uma “mudança radical” na conduta da Casa. “Na nossa presidência, o povo ocupará o lugar que lhe cabe na sua Casa, sem grades e outros obstáculos para que eles possam pressionar pacificamente pelas propostas”.

Reafirmando os pontos defendidos pelo partido, Erundina também defendeu a importância de discutir questões que são de real interesse do país, como as reformas política, tributária, agrária e urbana e a regulamentação dos dispositivos constitucionais sobre comunicação social, por exemplo. Ao final, destacou o que representava aquela eleição, que substituiu Eduardo Cunha da presidência da casa. “Qualquer que seja o resultado, esta sessão entrará para a história por substituir um deputado que fez uma gestão desastrosa para o país”.

O PSOL e sua bancada na Câmara entendem que cumpriram um papel fundamental de pautar o debate sobre o conservadorismo que impera atualmente no Congresso Nacional e agradecem aos 22 deputados que confiaram o seu voto em Luiza Erundina.

Resultado que não muda nada
O resultado da votação no segundo turno confirma o que já era esperado. O deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), aliado do presidente interino Michel Temer (PMDB-SP), venceu a disputa no segundo turno com Rogério Rosso (PSD-DF), aliado de Eduardo Cunha e que começou a campanha como favorito. A bancada do PSOL, que não compactua com as alianças e acordos feitos, se absteve na votação do segundo turno.

A eleição de Maia não altera praticamente nada no modo de fazer política da Câmara. Tampouco Rosso mudaria, caso visse e ser eleito. Ambos são da base aliada de Temer e contam com a simpatia de outros partidos próximos a Cunha e ao governo.

O fato concreto é que o presidente eleito manterá fidelidade e empenho para aprovar as propostas que ameaçam conquistas sociais e os direitos dos trabalhadores, algumas já tramitando na Câmara e outras sendo elaboradas no Palácio do Planalto. E a bancada do PSOL seguirá com a sua atuação combativa e independente, enfrentando o avanço conservador e as pautas que representam retrocessos.

Defensores da dupla golpista Cunha-Temer
O líder do PSOL na Câmara, deputado Ivan Valente (SP), destacou o papel do partido nessa candidatura, como sendo a única alternativa que apresentou propostas para mudar efetivamente a Câmara. Ele também lembrou que os demais candidatos eram defensores de Eduardo Cunha e de Michel Temer. “A defesa de Luiza Erundina para a presidência da Câmara dos Deputados foi a única que bateu duro em Eduardo Cunha. A maioria esmagadora dos candidatos são defensores da dupla golpista Cunha-Temer”.

Valente também criticou os deputados que votaram contra o impeachment da presidenta Dilma Rousseff, como os da bancada do PT, que, na votação da hoje, apoiaram o PMDB ou outros candidatos que apoiam o governo ilegítimo de Temer. “Todos aqueles democratas, os que lutaram contra o golpe e que se arriscam a votar em elementos do PMDB ou em outros partidos como o DEM para tentar dividir o poder, erram gravemente. Temos que criar uma unidade de esquerda e a melhor candidatura para isso, a simbologia está com a luta de Luiza Erundina”, disse Ivan, pouco antes da votação.

Cadastre-se e recebe informações do PSOL

Relacionados

PSOL nas Redes

469,924FãsCurtir
362,000SeguidoresSeguir
5,086SeguidoresSeguir
515,202SeguidoresSeguir

Últimas