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Juliano Medeiros critica descaso das elites brasileiras com o genocídio Yanomami

O presidente do PSOL, Juliano Medeiros, publicou nesta semana um artigo na Folha de S. Paulo criticando a visão limitada de alguns analistas que dizem ser “equivocado” chamar de genocídio a ação do Estado brasileiro contra o povo Yanomami que provocou uma tragédia humanitária de proporções inimagináveis.

Leia o artigo na íntegra: “O genocídio nosso de cada dia”.

Medeiros critica a visão do colunista da Folha Demétrio Magnoli, que questionou o uso do termo “genocídio”, que para ele só pode ser usado em casos que foram assim já definidos pelo Tribunal Penal Internacional.

“Parece uma apreciação bastante formal para um cientista social diante de um conceito que, como qualquer outro que se refere a fenômenos da vida social, está em permanente transformação. Democracia, justiça, igualdade, genocídio são conceitos ‘em disputa'”, explica o presidente do PSOL.

“A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) denunciou Jair Bolsonaro ao Tribunal Penal Internacional pelo tratamento dispensado aos povos indígenas durante a pandemia. Também tramita uma ação junto à Corte Interamericana de Direitos Humanos sobre a situação do povo yanomami. Não demorará muito, portanto, para que os tribunais internacionais também se posicionem em relação às acusações de genocídio contra o ex-presidente”, relembra também Juliano.

O artigo vai mais a fundo no motivo do constrangimento de alguns em definir como genocídio os crimes cometidos contra o povo Yanomami. “Magnoli representa a voz dos omissos que não suportam conviver com a ideia de que, à luz do dia, se produzia um genocídio no Brasil enquanto nossas instituições dormiam em berço esplêndido. Olhar para as crianças yanomamis, assoladas pela fome e pelo abandono, e admitir que algo poderia ter sido feito, significa assumir parte da culpa. E isso é duro demais para parcela de nossas elites”, descreve Juliano Medeiros.

“A volta da polêmica em torno do uso do termo genocídio nada tem a ver com a disputa em torno de seus sentidos, ademais, legítima. Ela esconde na verdade a incapacidade de admitir a banalidade com que parte de nossas elites tratou o projeto de aniquilação liderado por Bolsonaro. Afinal, enquanto a morte não bater à sua porta, ela está longe demais para gerar qualquer empatia verdadeira”, conclui.

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