A vitória eleitoral de Lula representa uma importante vitória democrática do povo brasileiro, encerrando um governo autoritário e fascista, liderado por Bolsonaro e sua política genocida, sua derrota nas urnas é um importante começo de uma luta contra o fascismo, que não pode ser vencida em outro lugar que não nas ruas.
Os atentados antidemocráticos promovidos por setores da extrema direita bolsonarista no dia 08 de janeiro são uma intensificação dos acampamentos bolsonaristas instalados e espalhados pelo país desde a derrota de Bolsonaro nas eleições e reforçam a importância de permanecermos vigilantes e mobilizadas, pois trata-se de um grave intento de tomada do poder através da supressão da vontade popular pelo voto, sem precedentes na história do país.
A desbolsonarização das instituições públicas e a punição dos responsáveis é parte fundamental do enfrentamento a essa ofensiva. A derrota definitiva dessa sanha golpista só acontecerá se os movimentos sociais tomarem para si a defesa da democracia e a reconstrução do país. Por isso, faz-se necessário a exoneração do Ministro da Defesa José Múcio e de todos os que, tendo prerrogativas no governo para sair em defesa do Estado Democrático de Direito, prevaricaram em suas funções. Atuaremos contra qualquer tentativa golpista que coloque em xeque a democracia brasileira, que sequer foi experimentada ainda por setores cuja criminalização e extermínio são parte de um projeto que ainda não foi superado.
É necessário seguirmos articuladas, seguirmos em unidade com os movimentos sociais, com a diversidade de movimentos feministas e de mulheres, ocupando as ruas, defendendo os direitos sociais e democráticos, bem como, inaugurar um novo período no qual possamos avançar na conquista de direitos para as mulheres trabalhadoras.
Imprescindível seguir a luta por investigação, responsabilização e justiça SEM ANISTIA para os golpistas, preparando um forte calendário de mobilizações em defesa da vida das mulheres, tendo como fundamentais o 08 de março, Dia Internacional de Luta das Mulheres e o 14 de Março como dia de exigir Justiça por Marielle Franco, avaliando a necessidade de federalização da investigação destes assassinatos.
Defender o legado de Marielle, para nós, é fortalecer a autodefesa, a segurança e a auto-organização das mulheres. É confrontar o sistema racista, machista, LGBTfóbico e capitalista que produzem inúmeras violências que insistem em nos silenciar. Significa a manutenção da nossa existência nos espaços políticos de poder. Nós não seremos Interrompidas!
As questões mais básicas na luta diária pela sobrevivência seguem sendo prioritárias para a manutenção da vida das mulheres brasileiras trabalhadoras, negras, LGBTQIAP+’s, com deficiência, idosas, seja no campo, na cidade, nas vilas e favelas, nas aldeias, nos quilombos, nas florestas e nas águas. O combate à fome, o acesso à comida, água, luz, gás, moradia e aos territórios, assim como a descriminalização e legalização do aborto, são pautas prioritárias na jornada de lutas feministas que enfrentaremos no próximo período, levantando a defesa da democracia. Assim como as lutas pela desmilitarização da vida e contra as violências que se abatem sobre as mulheres.
Agora, é tempo de construirmos a unidade, articulando a grandeza da luta das mulheres e da diversidade feminista no Brasil.
Por isso, o nosso chamado às mulheres do PSOL de todos os cantos do país a uma agenda unitária, priorizando, em 2023, a construção das seguintes lutas:
– 29 de janeiro, Dia Nacional da Visibilidade Trans
– 8 de março, Dia Internacional de Luta das Mulheres, nos estados e nacionalmente
– 14 de março, Dia de luta por Justiça para Marielle Franco e Anderson
– 25 de julho, Dia Latinoamericano e Caribenho da Mulher Negra
– 15 e 16 de agosto, Marcha das Margaridas
– Setembro, Marcha das Mulheres Indígenas
– 28 de setembro: Dia Latino Americano e Caribenho pela Descriminalização e Legalização do Aborto
– 25 de novembro: Dia de luta contra a violência sexista
– Indicativo de construção do Encontro Nacional Feminista
– Fortalecer o acompanhamento das frentes estaduais e nacional contra a criminalização das mulheres e pela legalização do aborto
Executiva Nacional da Setorial de Mulheres do PSOL
19 de janeiro de 2023