“Aqui jaz a Lava Jato”. Assim se chama o novo artigo de Guilherme Boulos na Folha de S. Paulo sobre o silencioso encerramento da força-tarefa de Curitiba. O militante do PSOL e do MTST aponta a responsabilidade de personagens como Deltan Dallagnol e Sérgio Moro na condução do país à grave situação atual e de como os procuradores da Lava Jato brincaram com as expectativas do povo brasileiro de acertar as contas com o histórico e estrutural patrimonialismo brasileiro.
“A história, sempre irônica, pregou mais uma de suas peças. Coube a Bolsonaro, que se elegeu graças à Lava Jato, selar o fim da operação”, lembra Boulos ao alertar mais uma vez para o cinismo corrupto da família Bolsonaro.
“Compreendo o clamor que a Lava Jato e seus heróis produziram na alma de boa parte da população brasileira. Parecia que a corrupção estrutural do nosso sistema político estava sendo enfim confrontada. Parecia…”, analisa o ex-candidato à prefeitura de São Paulo em 2018, que continua: “Mas logo ficaram evidentes os objetivos políticos da operação. A atuação para viabilizar o impeachment de Dilma e prender Lula já entrou na galeria dos fatos mais escandalosos da história política nacional”.
“A Lava Jato acabou, mas as feridas seguem abertas. A divulgação das mensagens dá provas suficientes para o início da cicatrização. Sergio Moro precisa responder criminalmente por suas ações”, aponta também Boulos.