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Boulos: “O assassinato de um corpo negro e favelado é quase sempre seguido do assassinato simbólico, da reputação e da memória”

Em seu artigo desta semana na Folha de S. Paulo, Guilherme Boulos falou sobre a chacina da favela do Jacarezinho, na zona norte da cidade do Rio de Janeiro, que matou pelo menos 28 pessoas durante uma trágica operação policial. Boulos abordou a chacina, resultado de uma política equivocada de segurança pública, a partir da perspectiva das mães que perderam seus filhos na semana do Dia das Mães.
“A dor de perder um filho é inominável. Ainda mais quando é vivida duas vezes, como no caso dessas mulheres. O assassinato de um corpo negro e favelado é quase sempre seguido do assassinato simbólico, da reputação e da memória”, alerta Boulos.
O militante do MTST e do PSOL também lembra que a maioria dos mortos na operação não era sequer investigada no processo que deflagrou a ação. “O que importa é criminalizar as vítimas, operando a morte simbólica para poder defender o indefensável. Se fosse no Leblon caía a República, mas no Jacarezinho pode. As mães que sofram”, diz ao lembrar da declaração do vice-presidente do Brasil que concluiu, sem prova alguma, que os mortos eram “tudo bandido”.
Guilherme Boulos também lembrou da mãe do policial que foi morto nesta guerra sem vencedores.  “O policial morto na ação deixou sua mãe acamada, vítima de AVC. É a outra face da desastrosa política de ‘segurança pública’ para as comunidades do Rio e do país, batizada de guerra às drogas. Temos no Brasil a polícia que mais mata e mais morre”, lamenta.
Ao se perguntar qual é a saída para o grave problema do crime organizado, Boulos responde: “Se o objetivo é de fato combater o crime organizado, é sabido que isso se faz com inteligência e investigação, não disparando a esmo contra moradores de uma favela. Alguém realmente acha que os chefes do crime vivem em algum barraco do Jacarezinho?”, argumenta.
Ele conclui apresentando números que mostram a irracionalidade da violência como política de “segurança”. “Em 2017, uma operação de inteligência da polícia carioca resultou na apreensão de 60 fuzis no aeroporto do Galeão. Em 2019, outra operação de inteligência apreendeu 117 fuzis na casa de um amigo de Ronnie Lessa, ex-policial e acusado de participar do assassinato de Marielle Franco. Foi a maior da história do estado e não ocorreu na Rocinha nem no Complexo do Alemão. Ninguém foi morto ou ferido. Já a chacina do Jacarezinho matou 29 pessoas e resultou na apreensão de 6 fuzis”, compara.

Leia o artigo na íntegra clicando aqui.

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