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Guilherme Boulos: “Se seleção decidisse desafiar Bolsonaro, entraria para a história”

Em artigo na Folha de S. Paulo nesta terça-feira (8), Guilherme Boulos relembrou uma série de exemplos de resistência política no futebol brasileiro e lamentou o recuo dos jogadores da seleção brasileira sobre a realização da Copa América no Brasil. “A resistência de Tite e dos jogadores, vocalizada pelo volante Casemiro, trouxe um alento. Pena que durou pouco”, escreveu Boulos.
Os jogadores brasileiros disseram que pretendem divulgar um posicionamento após o jogo desta terça pelas Eliminatórias da Copa do Mundo. Mas as informações divulgadas na imprensa confirmam que a seleção brasileira não se rebelará contra a realização de última hora do campeonato no país que soma quase 500 mil vidas perdidas pela Covid-19.
O STF marcou para esta quinta-feira (10) uma sessão extraordinária do plenário para discutir uma possível suspensão do campeonato de seleções no país, que está com a pandemia em total descontrole.
Guilherme Boulos relembrou exemplos importantes de resistência na história do futebol brasileiro, como o técnico João Saldanha, conhecido como João Sem Medo, e os jogadores Reinaldo e Sócrates, que desafiaram a ditadura militar e as arcaicas estruturas do futebol brasileiro.
João Saldanha foi demitido da seleção a mando do general Médici, por ser declaradamente comunista e comandar a melhor seleção de futebol da história, que viria a conquistar o título da Copa do Mundo em 1970. O atacante Reinaldo, que celebrava seus gols com o gesto dos Panteras Negras americanos em protesto contra o racismo e a ditadura, foi perseguido e ficou fora da Copa do Mundo de 1982. Sócrates fez história na Democracia Corinthiana enquanto participava ativamente da campanha Diretas Já, fundamental para o processo de redemocratização do Brasil após longos anos de ditadura militar.
“Já tivemos grandes ídolos da seleção desafiando os arbítrios do poder”, resumiu Boulos. “É verdade, como lembrou Juca Kfouri, que Tite não é João Saldanha. E estamos longe de ter alguém como Reinaldo ou o Doutor em nosso elenco. Mas, se decidisse hoje desafiar Bolsonaro, a seleção entraria para a história, com um tamanho incomparavelmente maior do que qualquer título que possa trazer”, disse Boulos.
“De quebra, resgataria a honra da camisa canarinho, tão manchada por apropriações indevidas. Perderam uma oportunidade de ouro”, concluiu.

Leia o artigo na íntegra clicando aqui.

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